Ela roía unhas e hoje fatura R$ 2 milhões com estúdios de esmaltação russa
Carla Jasmini buscava solução para deixar mania de lado e, ao mesmo tempo, queria empreender. Ela uniu as duas necessidades e criou a rede Bela Russa.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_ba41d7b1ff5f48b28d3c5f84f30a06af/internal_photos/bs/2023/p/k/RnsjMwRUitihxkBDJPOw/carla-jasmini-e-socia-fundadora-da-rede-de-franquias-bela-russa-proprietaria-da-1a-franquia-da-marca-em-goiania-go-e-socia-no-grupo-rnsa-de-olga-radionova-cassio-pantoja-e-julio-andrade.jpg)
Carla Jasmini é sócia-fundadora da rede de franquias Bela Russa, proprietária da 1ª franquia da marca em Goiânia (GO) e sócia no Grupo RNSA.
A economista goiana Carla Jasmini, de 28 anos, sempre quis ser dona do próprio negócio, mas, com a rotina atribulada de contadora, acabava deixando o sonho em segundo plano.
“Meu marido sempre me incentivava a empreender, mas foi quando ele passou no concurso público que eu senti mais segurança para dar o primeiro passo”.
Numa sexta-feira, ela pediu as contas. No sábado, foi à manicure — ela tinha mania de roer as unhas e procurava por formas de parar com aquilo. No próprio salão, ela teve o insight que daria origem à rede de franquias Bela Russa.
“Olhei para aquele ambiente e pensei: isso dá dinheiro, toda mulher faz a unha com recorrência. Fui fazer buscas na internet para conhecer mais sobre esse mercado de manicure”, conta.
Em novembro de 2020, Jasmini vendeu o carro e foi até São Paulo para conhecer a empresa. Ela se lembra que estava com as unhas roídas neste primeiro encontro, e que se encantou quando conheceu o método russo na prática. Decidida a empreender com a técnica, buscou pela certificação da instituição para abrir o primeiro estúdio Bela Russa em Goiânia, em abril de 2021. Na prática, o método consiste em três frentes. A primeira é a remoção de cutícula, usando um aparelho de alta precisão no lugar do alicate.
“É feita com uma técnica que ajuda a produzir menos cutículas”, explica Jasmini.
A segunda é a esmaltação de alta precisão, com durabilidade de até quatro semanas, e a terceira é a restauração com polygel (híbrido entre o acrílico e o gel).
“Conseguimos restaurar a unha da cliente para que ela não precise sacrificar todas as outras, no caso de uma quebrar.” O tíquete médio do serviço é de R$ 270. “Eu já sabia que teria potencial porque as mulheres de Goiânia são bem vaidosas. Mas eu fui muito surpreendida positivamente. Com um pouco mais de quatro meses já tinha lista de espera. Éramos quatro manicures e um batalhão de mulheres para serem atendidas”, afirma.
A empreendedora explica que o método russo tem como premissa a valorização da unha natural da cliente, em vez de próteses artificiais — esse foi, inclusive, o ponto que a fez parar de roer unhas.
“Eu via minhas unhas bonitas e acabava desistindo.”
Julio Andrade, Olga Radionova e Cassio Pantoja, sócios da Bela Russa e do Grupo RNSA.
Em setembro daquele ano, empolgado com os resultados da marca, o grupo RNSA fez uma proposta de sociedade a Jasmini, com a intenção de crescer com franquias. Na sequência, foi desenvolvida a RNSA Franchising, para dar suporte à expansão da Bela Russa. O grupo também tem a divisão RNSA Hunter, focada em recrutamento e seleção de candidatas para atuar nos estúdios Bela Russa.
A primeira unidade franqueada foi inaugurada em fevereiro de 2022. Atualmente, a rede tem sete franquias, sendo três em operação e quatro negociadas. O faturamento de 2022 fechou em R$ 2 milhões. “A expectativa é triplicar neste ano”, adianta Julio Andrade, sócio do grupo RNSA.
O executivo diz que a guerra da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 pela Rússia, não afetou o negócio, mesmo com a onda de boicotes a produtos e serviços de origem russa, que ocorreu ao longo do primeiro semestre do ano, em diversos segmentos.
"As clientes que já conheciam não interromperam o tratamento. Além disso, muitas das franqueadas são consumidoras que já conhecem a qualidade do serviço. Foi isso que pesou na decisão delas", diz.
O investimento inicial para abertura de uma franquia Bela Russa é estimado em R$ 422 mil, sendo R$ 35 mil de taxa de franquia e R$ 28 mil reservados ao capital de giro. O retorno do investimento é previsto em até 18 meses.
Publicada na Pequenas Empresas & Grandes Negócios | Janeiro de 2023.